Descrição
Manifesto por um mundo mais lento
Pequenos ensaios, poemas, e cartas de amor, por um adulto sem emprego nem diploma.
Pedro Rios Leão
1ª edição
O livro de Pedro e os escritos sagrados
por Leandro Cruz*
Se puder, em lugar seguro enterre uma cópia desse livro dentro de um jarro de barro, ou em outro tipo de cápsula do tempo. É o que os cristãos gnósticos fizeram com a Biblioteca de Nag Hammadi no século IV e os essênios fizeram com os Manuscritos do Mar Morto no século I, assim preservaram sua história do fogo romano. Caso você enterre um versão im- pressa dessa coletânea de Pedro Rios Leão, os historiadores do futuro (se houverem) lhe serão muito gratos por ajudar a legar essa outra perspectiva de nosso tempo, uma vez que as fontes digitais serão apagadas e a maior parte das fontes impressas estão deixando testemunhos históricos falsos apenas com o discurso das classes dominantes. No Brasil é um tempo de tortura, desaparecimentos e presos políticos; tempo de pobres sendo expulsos de suas casas pelo Estado com violência só comparável ao que os israelenses comentem contra os palestinos, ou o que os romanos cometiam com os israelitas há dois mil anos.
Manifesto por um mundo mais lento é um testemunho valioso sobre nosso tempo, sobre a realidade cotidiana de nosso mundo, sobre o que se passa na nossa política e sociedade e sobre o que se passa na cabeça e no coração de um homem de nosso tempo. Mas o livro de Pedro, além de ser um livro de nosso tempo, é também um livro sobre questões eternas. Antes de ser um homem de nosso tempo, Pedro Rios Leão é um homem. E continuar a ser um homem, continuar a ser humano, é algo verdadeiramente subversivo nos tempos de Pedro. Por isso, as tão pessoais cartas de amor que compõem a terceira parte do livro são tão importantes e “políticas” quanto os ensaios políticos e poesias engajadas. Esses e-mails e cartas apaixonadas podem ser comparadas nalgum grau aos Cânticos de Salomão, os poemas cheios de paixão e erotismo que, por serem tão sublimes (e divinos) nos séculos seguintes nem os editores mais caretas do Cânon ousaram retirá-los da lista das escrituras sagradas, junto com a Lei, as profecias, os salmos, a sabedoria e a história sagrada.
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